A pandemia do novo coronavírus despertou o interesse maior em cuidar da saúde e provocou boom nos esportes de rua em Natal

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  1. 30Por Breno Perruci / @eaiboracorrer

Um olhar mais atento às ruas de Natal já percebeu a presença mais efetiva de um número maior de pessoas circulando em práticas de exercícios físicos. Esse fenômeno tem uma razão, a pandemia do novo Coronavírus que de forma indireta, seja pelo amor, ou pela dor, provocou mudanças em algumas concepções comportamentais. Para a turma das academias, foi a única forma de compensar os estabelecimentos fechados. Para os que já se exercitavam ao ar livre, representou a oportunidade de incrementar as atividades. Já para os sedentários, veio o despertar sobre a necessidade de reforçar os cuidados com a saúde.

“Essa doença tirou a vida de milhares de pessoas em todo o mundo. Infelizmente perdemos e ainda estamos perdendo pessoas queridas, mas por outro lado ela nos trouxe uma lição. A de que quanto melhor for o nosso sistema imunológico, menos suscetíveis estamos a enfermidades e a que a melhor forma de cuidar da saúde é praticar exercícios físicos. É o melhor investimento que podemos fazer em termos de prevenção”, diz Leo Lopes, profissional de educação física e coordenador da Concept Natal.

Até pela facilidade da prática, o número de corredores e caminhadores visivelmente aumentou pelas quatro regiões da cidade. Com a difusão maior de informações sobre o modo correto de ir às ruas se exercitar, de início houve uma maior presença dos chamados avulsos, aqueles que correm ou caminham sem orientação profissional. Nesse período inicial, as assessorias esportivas perderam percentuais significativos de alunos, umas chegaram a perder até cerca de 50%. Mas aos poucos foi iniciado um processo de recuperação e atualmente em algumas assessorias, o índice de novas matrículas já superou o dos que saíram durante a pandemia.

“Realmente diante do cenário provocado pelo coronavírus que trouxe com ele as incertezas do que podia ou não podia fazer, as dúvidas sobre ficaria seria o cenário econômico da população, perdemos um número razoável de alunos em março e abril. Mas aos poucos o jogo foi virando. As pessoas acordaram sobre a importância do exercício físico não só para o corpo, mas para a saúde mental também, e aí as saídas estagnaram, até que de maio em diante o processo se inverteu. Começamos a receber novos alunos em quantidade surpreendente e hoje esse número dos que entraram é maior que o dos que saíram”, explica Cid Barbosa, Head Coach da CB Sports.

Mas o impacto econômico dessa nova onda não foi sentido apenas pelas assessorias esportivas. Atingiu em cheio toda uma cadeia produtiva que gira em torno desse nicho de mercado e aí a surpresa maior mesmo veio com o ciclismo. O aumento considerável no número de novos ciclistas e a alta procura de outros produtos pelos praticantes mais antigos causou efeitos jamais sentidos antes no comércio especializado.

“Nos primeiros dias de isolamento sentimos muito a redução na procura de equipamentos e bicicletas, mas já no fim de abril a procura pela oficina aumentou principalmente para bicicletas simples que estavam esquecidas nas garagens. Depois as bikes de entrada começaram a sair em uma proporção que ninguém esperava ao ponto das grandes importadoras não terem mais estoque para suprir o mercado nacional. As indústrias de roupas de ciclismo já pedem 90 dias pra faturar e pela primeira vez nossa loja ficou sem bicicletas e capacetes para vender. Dobramos a capacidade da oficina, procuramos novos fornecedores e parceiros pra atender a demanda que já não cresce, mas se estabilizou num patamar alto”, destaca Elder Seixas, sócio proprietário da Rapanui Multisports.

Para Elder, esse cenário deve permanecer por pelo menos mais um ou dois meses. De qualquer forma ele reforça que as empresas da área devem estar preparadas para algum possível movimento pendular da economia que traga uma recessão no final do ano. Mas enquanto dura a onda positiva, quem também comemora os bons resultados são as lojas do ramo de suplementos e produtos naturais.

“Aqui na loja nós trabalhamos com produtos para diversas vertentes esportivas. Com a pandemia tivemos uma queda contundente na procura por produtos a granel, para musculação, crossfit e suplementação clínica. Por outro lado, a partir de maio a procura por suplementos de endurance para corredores e, para nossa surpresa para ciclistas, aumentou em aproximadamente 15%. Foi a nossa salvação e conseguiu compensar essas perdas nos demais setores”, revela Anderson Sousa, proprietário da Goldnutrix. Fonte BG

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