COMENTARISTA DEMITIDO ANTES DE JOGO VENCE NA JUSTIÇA E GLOBO TERÁ QUE PAGAR R$ 200 MIL

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Comentarista no Grupo Globo entre 2011 e 2017, atuando principalmente em transmissões do Campeonato Brasileiro no Premiere, o jornalista Rivelino Teixeira venceu um processo trabalhista contra a emissora carioca depois de ter sido demitido horas antes de uma transmissão da Série B. O grupo de comunicação terá de pagar R$ 200 mil em parcelas para o ex-funcionário.

A sentença foi divulgada pela 5ª Vara do Trabalho de São Paulo na última segunda-feira (28). A decisão ainda prevê recurso em esferas superiores da Justiça do Trabalho, como o TST. Segundo a condenação, a qual o UOL Esporte teve acesso, Rivelino Teixeira pedia reparação por não cumprimento de diversas obrigações legais e contratuais por parte da Globo. A Justiça analisou caso a caso e não condenou a emissora em todos os pedidos feitos pelo jornalista.

Entre os pontos alegados pelo ex-comentarista do Premiere estão a falta de pagamento de férias e horas extras, além de indenização por constrangimento e assédio moral na demissão. Teixeira também alegou que não tinha intervalo para repouso ou alimentação e que ganhava menos do que colegas que desempenhavam a mesma função. A Justiça negou que a Globo tenha o constrangido na dispensa, mas deu ganho de causa em todos os outros pedidos do comentarista.

No processo, Teixeira relata a história de sua demissão. Na ocasião, o comentarista estava em Varginha, no interior de Minas Gerais, para comentar a partida entre Boa Esporte e Internacional, no dia 17 de outubro de 2017, pela Série B. Instalado em um hotel local, diz que recebeu a ligação de um jornalista para checar se havia sido demitido.

O profissional, no momento, alegou que negou e que estava prestes a realizar o trabalho no jogo. Ao ver sua demissão noticiada por sites, conta que foi checar com seu chefe.

Segundo ele, por telefone, seu superior na Globo confirmou que Teixeira havia sido demitido e que teria que voltar para São Paulo para assinar a dispensa. O comentarista foi desligado na grande leva de dispensas do Esporte da Globo ocorrida em outubro de 2017, que também envolveu nomes como Vanessa Riche e Luciana Ávila. Por fim, o profissional alega que teve que lidar com transtornos psicológicos decorrentes das circunstâncias do desligamento.

No processo, testemunhas são divergentes sobre este ponto na história. Para a Justiça, a Globo não teve culpa de a informação ter vazado. Por isso, não condenou a emissora por danos morais. Porém, em outros pontos, como a falta de equiparação do salário em relação a outros comentaristas, Rivelino Teixeira conseguiu provar que não recebia o mesmo tratamento que colegas.

“Ante o exposto, condenando a ré GLOBO COMUNICACAO E PARTICIPACOES S/A a pagar ao autor RIVELINO JOSE TEIXEIRA as parcelas que constam na fundamentação, que integra o presente dispositivo em sua integralidade”, diz trecho da sentença, assinada pelo juiz Carlos Eduardo Ferreira de Souza Duarte Saad. “Custas processuais, pela ré, no valor de R$ 400,00, calculadas sobre R$ 200.000,00, valor arbitrado de condenação”, afirma o magistrado.

Teixeira é o segundo nome demitido do Esporte da Globo em 2017 que vence um processo trabalhista contra a emissora. Em maio, o ex-executivo Renato Matte derrotou a emissora carioca no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região e recebeu R$ 200 mil após também ter sido desligado sem o cumprimento de cláusulas trabalhistas no entendimento da Justiça.

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