CPI: “Identificamos muitos casos de corrupção em Estados e municípios”, afirma ministro da CGU (veja o vídeo

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O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, participou do programa “Direto ao Ponto”, da Jovem Pan, nesta segunda-feira (24), e desabafou sobre o teatro montado em torno da CPI da Covid-19.

Rosário explicou sobre a fiscalização que a União faz em torno dos gastos de Estados e municípios no enfrentamento da disseminação do coronavírus, desde que a pandemia começou, em março de 2020. O ministro revelou que muitos casos de corrupção foram encontrados e que é necessário que a CPI também trate desses desvios.

Em uma reunião, selecionamos 278 ‘entes federados’ que seriam acompanhados: capitais, seis ministérios, todos os estados, municípios acima de 500 mil habitantes e etc. A partir daí, colocamos uma equipe em cada Estado acompanhando todas as compras feitas pela Covid-19 e, em alguns locais, tinham uma transparência melhor, outros nem tanto. Então, montamos um grupo que registrava tudo o que saía e comparamos preços. Fizemos esse levantamento que resultou em 53 operações que fizemos junto com a polícia”, apontou.

“Sabemos que o SUS tem uma organização tripartite, então toda essa pandemia tem que ser tocada dentro dessas competências. Me parece que o foco da CPI tem sido muito a gestão federal, mas nós sabemos que não é simples, envolve muita gente. Nós identificamos muitos casos de corrupção em estados e municípios, então a população quer que olhe os problemas no total”, completou o ministro.

A Controladoria ainda não conseguiu identificar valores totais de todos os desvios e nem previsão de que irão retornar aos cofres públicos. Mas, a estimativa é a de que o prejuízo esteja, atualmente, na casa dos R$ 160 milhões. A CGU comprovou, até o momento, que R$ 40 milhões foram mesmo desviados, mas há possibilidade desse valor aumentar muito com as novas investigações.

Em seu depoimento, durante a CPI, o ex-Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informou que o órgão de controle teria orientado o governo a não assinar o contrato com a farmacêutica Pfizer na compra das vacinas contra o coronavírus. Sobre o tema, Rosário explicou como funcionou as conversas entre a CGU e o governo.

“Emitimos um parecer no dia 3 de março 2021 que analisava riscos do contrato e algumas cláusulas que eram sigilosas e que preocupavam o governo como um todo. Como cláusulas de pagamento de garantias que a empresa não seria responsabilizada, alguns cláusulas (da Janssen) que tratavam de majoração dos preços; caso houvesse modificações. Então, isso tudo fomos colocando os problemas e medidas de mitigação desses riscos. O nosso parecer apontava os riscos, então deixamos claro que existiam esses problemas; mas se tomados essas medidas os contratos poderiam ser assinados”, contou.

Rosário desmentiu reportagem do Estado de S. Paulo que inventou um orçamento paralelo do presidente Jair Bolsonaro, no valor de R$ 3 bilhões em emendas do Orçamento Federal a alguns parlamentares e também para compra de tratores e outros maquinários superfaturados.

“A peça orçamentária é única. Secreto é algo escondido e se os valores estão lá, ele não é secreto. A primeira mentira da reportagem é essa. Depois diz que o orçamento secreto foi direcionado para a compra de tratores superfaturados e não diz qual foi o trator superfaturado ou quanto foi pago. O ministro Marinho disse ‘CGU olhem para mim se os tratores adquiridos pelo meu ministério estão superfaturados’. Vamos verificar isso. O problema da reportagem é que já diz que é um esquema de corrupção, mas não aponta provas. Isso precisa ser investigado”, avisou.fonte jornal da cidade

Confira o vídeo:

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