A defesa do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pediu que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre o arquivamento dos inquéritos abertos com base em sua delação. Um dos últimos atos do ministro Dias Toffoli na presidência do STF, em setembro, foi determinar o arquivamento das 12 ações que foram abertas contra autoridades com foro privilegiado a partir da colaboração celebrada por Cabral com a Polícia Federal (PF).
Dessa forma, Toffoli contrariou decisão de Edson Fachin, responsável pela homologação do acordo de Cabral e que determinou a abertura dos 12 inquéritos. Na ocasião, Toffoli seguiu recomendação do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, que não concordou com o fato do ex-governador ter fechado delação com a PF, considerou que as provas não eram suficientes e relatou que os temas mencionados pelo político já eram tema de outras apurações.
No recurso enviado ao STF, a defesa de Cabral afirma que a decisão de Toffoli, pelo arquivamento das investigações abertas a partir da delação, não tem precedentes na história da Corte. A delação de Sérgio Cabral possui mais de 1000 páginas e cita diversas autoridades que gozam de foro no Supremo Tribunal Federal, entre ministros do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas da União, além de deputados e senadores.