DOENTIO: MENOR CORTOU DEDOS, DECEPOU MÃO E DEGOLOU RIVAIS NO DF

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Uma ficha extensa preenchida por atos infracionais análogos a crimes como homicídios, latrocínio e tráfico de drogas não reflete, nem de perto, a crueldade e a violência imposta por um adolescente de 17 anos investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal.

Execuções, mutilações e tortura fazem parte do bárbaro repertório do garoto, que começou a matar para roubar com apenas 11 anos. O menor entrou no radar da 16ª Delegacia de Polícia, em Planaltina, após uma menina de apenas 5 anos ser baleada durante emboscada ocorrida no último dia 12, no Condomínio Jatobá, na região do Arapoanga, nesta cidade-satélite.

A motivação seria a guerra entre gangues que disputam territórios na cidade. O alvo do ataque era o adolescente investigado, mas ele não foi atingido. A criança baleada precisou passar por cirurgia, após o projétil ter ficado alojado em sua bexiga.

O menor é considerado um dos mais perigosos e cruéis do DF. Em 2016, com apenas 13 anos, após se irritar com um homem em um bar, cortou-lhe os dedos. Em outra ocasião, decepou a mão e degolou ainda vivo Adão Pereira de Castro. Na delegacia, confessou o crime, sem remorso.

Briga de gangues

Pela brutalidade, o adolescente permaneceu internado por um período de três anos – entre 2016 e 2019 –, para cumprir medida socioeducativa. No entanto, após ser libertado, voltou a ser sanguinário. Integrante da gangue Primeiro Comando da Favela (PCF) e, apesar da pouca idade, ele figura como autor em 13 procedimentos: três homicídios, latrocínio, roubo, tráfico de droga por duas vezes, porte de arma, ameaças e uso de entorpecentes.

Seu bando rivaliza com a Gangue do Bairro de Fátima. Apenas neste ano, os grupos armados já cometeram quatro homicídios consumados e quatro tentados. Todos os casos estão relacionados à disputa de territórios.

Latrocínio aos 11

Em 2014, então com apenas 11 anos, o garoto participou do latrocínio do professor Guilherme Moura de Jesus, ocorrido em 3 de maio, na Vila Vicentina, em Planaltina. Na ocasião, segundo testemunhas, a vítima teria sido abordada pelo menino, ainda de corpo franzino. O garoto pretendia levar a bicicleta e o celular de Guilherme. Ao reagir, ele foi executado com um tiro na cabeça, sem chance de reação.

Na época, o crime provocou comoção no Distrito Federal, principalmente diante do fato que o docente era muito querido pela comunidade acadêmica. O sentimento de impunidade ficou evidente, sobretudo devido às circunstâncias da morte do profissional, conhecido pela postura sempre pacífica.

Já em 1º de setembro deste ano, o adolescente voltou a executar mais uma vítima: assassinou um jovem de 21 anos, no momento em que ele embarcava em um carro de transporte por aplicativo, no Arapoanga, em Planaltina. O rapaz, identificado como Lucas Malaquias Marques, foi alvo de emboscada articulada por integrantes da gangue do adolescente. Por volta das 21h30, ele solicitou o veículo e, ao entrar, foi alvejado na testa pelos criminosos.

 

Testemunhas relataram que, mesmo ferido, o jovem conseguiu andar até outra quadra, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O motorista do carro não foi atingido.

Histórico de violência

Apenas neste ano, a Polícia Civil mapeou a impressionante reincidência de atos infracionais cometidos pelo adolescente. Em 4 de março, ele praticou roubo a mão armada e, no dia seguinte, envolveu-se em uma tentativa de homicídio. Em 1o de setembro, acabou apreendido, em flagrante, portando um revólver calibre 38.

Solto dias depois, em 11 de outubro, participou da ação que resultou na morte do menor Ítalo Fagner, 16 anos – crime executado em plena praça São Sebastião, setor Tradicional de Planaltina. Em 15 de outubro, foi apreendido em flagrante, traficando em sua residência. Na ocasião, estava com farta quantidade de maconha, rádio transmissor e dinheiro.

No dia 25 de novembro, a Delegacia da Criança e do Adolescente deu entrada na Justiça com novo pedido de internação pela morte de Ítalo Fagner, mas a representação ainda não foi analisada. Ainda assim, no início de dezembro, mesmo com novo pedido de internação feito pela DCA em aberto, o menor foi colocado em liberdade.

O Metrópoles procurou a Vara da Infância e Juventude (VIJ) para saber os motivos de o menino estar em liberdade. Em resposta, a assessoria informou “que os processos tramitam em segredo de Justiça e estão seguindo os andamentos de acordo com a lei”.

Metrópoles

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