A paralisia de Bell ou paralisia facial periférica é uma condição na qual o nervo facial que controla a contração da musculatura do rosto, é lesado por uma inflamação, que leva o nervo a parar de funcionar parcialmente ou completamente.
A inflamação leva a inchaço do nervo e dos pequenos vasos sanguíneos ao redor do nervo, que por serem cercados pelos ossos do crânio, são comprimidos por esses ossos e interferem na capacidade do nervo em conduzir os impulsos elétricos, levando a incapacidade do nervo de se comunicar com os músculos do rosto, causando paralisia da face.
Sintomas e diagnóstico
Os sinais e sintomas comuns da paralisia de Bell são: fraqueza dos músculos de um lado do rosto com paralisia da pálpebra superior que leva a dificuldade de fechar o olho e dificuldade para piscar, pode levar a ressecamento do olho com lesões da córnea. Pode ocorrer ainda desvio da boca para o lado contrário ao da paralisia (boca torta), pois, a boca desvia para o lado bom que é o lado que a musculatura contrai.
Pode cursar com, diminuição do paladar na parte anterior da língua e salivação excessiva levando o paciente a babar. Pode apresentar dor atrás do ouvido e ruídos altos podem causar desconforto no ouvido do lado afetado, uma condição chamada hiperacusia. As mudanças causadas pela paralisia de Bell afetarão a aparência do seu rosto, incluindo como você sorri. Essas mudanças são muitas vezes óbvias para os outros e podem fazer com que as pessoas com paralisia de Bell se sintam angustiadas e evitem atividades sociais.
O maior medo do paciente com paralisia de Bell é a preocupação de estar apresentando um derrame (AVC). Algumas pistas clínicas tornam menos prováveis um derrame, entre elas: o fato de não haver paralisia em outra região do corpo, na paralisia de Bell a paralisia atinge a parte superior do rosto e no derrame geralmente a boca entorta sem atingir o olho. Apesar das pistas clínicas é importante procurar um médico com urgência para afastar causas graves de lesões neurológicas e iniciar o tratamento precoce. O diagnóstico de paralisia Bell é um diagnóstico clínico e não depende de exames complementares. Não há necessidade de realizar exames complementares na emergência. O papel de exames complementares é restrito aqueles casos que demoram a melhorar. Não há motivo para fazer tomografia de crânio, caso optem por um exame de imagem a ressonância magnética é a melhor opção. Algumas sorologias para doenças infecciosas causadas por vírus e bactérias podem ser úteis. O exame de eletroneuromiografia pode ajudar a analisar o estado do nervo para casos que demorem a melhorar principalmente naqueles que demoram mais de 3 meses.
A maioria das pessoas com paralisia de Bell se recuperam completamente, isso pode demorar um período de três semanas até 9 meses. Uma minoria de pessoas mantem algumas sequelas ao longo da vida. Se você tiver algum sinal de paralisia de Bell, você deve consultar um médico imediatamente porque o tratamento está disponível e deve ser iniciado precocemente, dentro de dois a três dias do início dos sintomas. O início precoce do tratamento encurta a duração dos sintomas e diminui as chances de sequelas.