Estudo Brasileiro aponta medicação que reduz em quase 100% a mortalidade

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A proxalutamida, fármaco receitado para os cânceres de próstata e de mama, pode ser uma candidata ao tratamento de casos graves de Covid-19. É o que sugere uma pesquisa clínica brasileira realizada no estado do Amazonas pela rede de hospitais Samel em parceria com a empresa de biotecnologia Applied Biology. De acordo com o estudo, pacientes tratados com o remédio têm um risco 92% menor de morrer pelo novo coronavírus. Os resultados foram anunciados nesta quinta-feira (11) em coletiva de imprensa, em ManausO estudo, randomizado-controlado e duplo-cego, foi concluído com 590 pacientes de 12 hospitais do Amazonas, distribuídos em nove municípios do estado. Duas condições principais determinaram a escolha dos participantes: ter mais de 18 anos e estar em necessidade de oxigênio, isto é, em estado crítico por conta da doença. Ao longo de duas semanas, 294 voluntários receberam 300 mg do medicamento por via oral uma vez ao dia, enquanto o grupo controle foi tratado com placebo. Após 14 dias, a taxa de mortalidade entre os pacientes que não receberam a Proxalutamida foi de 47,6% (141 mortes), contra 3,7% (12 óbitos) no grupo que recebeu o fármaco, o que significa uma redução de 92,2%. Enquanto mais da metade (52,7%) dos indivíduos tratados com placebo foram intubados, apenas 4,4% dos que receberam o medicamento precisaram de cuidados intensivos.

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Se comparados ao grupo placebo, os participantes tratados com o fármaco também passaram quase três vezes menos tempo nos hospitais. Além disso, a substância foi capaz de acelerar o processo de recuperação clínica: entre os que a receberam, três dias foram o suficiente para que uma melhora significativa fosse constatada pelos médicos, contra 19 dias entre os que não receberam a medicação.

Mecanismo inibidor Pertencente à classe dos medicamentos antiandrógenos, que reduzem a produção de hormônios masculinos, a Proxalutamida ativa um mecanismo que, segundo os pesquisadores, é o que pode estar por trás dos resultados do fármaco no tratamento da Covid-19: a inibição da expressão das proteínas ACE2 e TMPRSS2, dois aminoácidos-chave associados à entrada do Sars-Cov-2 nas células.

Para os autores do estudo, a droga pode ser uma das primeiras oficialmente testadas para tratar a variante P.1, como é chamada a linhagem do novo coronavírus descoberta no Amazonas em novembro de 2020 – considerada mais letal e com maior potencial de transmissão. Por lá, onde a variante já é prevalente, o número de óbitos por Covid-19 ultrapassou o total do ano passado nos primeiros 54 dias de 2021, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). Até esta quinta-feira (11), o estado já somava 11.388 vidas perdidas para a doença.

 

 

Fonte: Revista Galileu

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