Internado para tratamento contra o coronavírus, ex-senador pelo PT Delcídio Amaral descobre que também está com dengue e ironiza: “estou com ‘covengue’”

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Foto: Beto Barata/Agência Senado

Internado em um hospital em Campo Grande (MS) para tratar covid-19, o ex-senador Delcídio do Amaral descobriu que também estava infectado pelo vírus da dengue.

Embora pareça algo inusitado, o que ocorreu com o político é um retrato da região onde ele mora: o Centro-Oeste, que vive um aumento dos casos de covid-19 e tem neste ano a incidência mais alta de dengue do país, segundo o boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde.

O Brasil registrou entre janeiro e junho deste ano 874 mil casos prováveis de dengue. Os infectados por coronavírus, até quinta-feira (24), somavam 2,28 milhões.

No Centro-Oeste, a incidência da dengue é de 1.078,3 casos por 100 mil habitantes; da covid-19, são 1.232 casos por 100 mil habitantes.

Não existem dados de quantas pessoas foram infectadas pelos dois vírus simultaneamente no Brasil.

Delcidio escreveu no Facebook (veja a publicação abaixo) que se recupera bem. Entretanto, uma coinfecção pode evoluir para casos graves, explica o médico infectologista Heber Azevedo, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

“As duas são viroses, o que por si só já é uma problema. O organismo vai ter que lidar com duas infecções ao mesmo tempo. […] Na dengue, você pode ter uma lesão nos vasos sanguíneos, uma vasculite. Essa vasculite pode pegar vários órgãos, principalmente o pulmão. E, com o coronavírus, um dos órgãos mais afetados é o pulmão, que é a preocupação de todos nós. Se um paciente tem uma pneumonia já pelo coronavírus e ainda por cima faz uma lesão vascular por conta da dengue, essa junção de danos pode complicar muito mais a situação do paciente.

O médico ressalta, no entanto, que as mortes por dengue são muito menores do que as de covid-19 e que ambas as doenças, em sua maioria, são de casos considerados leves.

O Ministério da Saúde contabilizou entre janeiro e junho 415 óbitos por dengue, enquanto as mortes por covid-19 já superam 84 mil.

Algumas pessoas podem chegar a se confundir com os sintomas em regiões com alta incidência das duas doenças. Azevedo observa que, de fato, alguns sinais são comuns entre elas.

“Tem sintomas que são muito iguais, os dois [vírus] dão muita febre, dor muscular, cansaço, perda de apetite… Para você suspeitar de dengue, precisa ter um dado epidemiológico. Os médicos costumam ver que na região tem mais [casos de dengue] nesta época e solicitam também exame específico.”

A diferença está nos sintomas respiratórios, que são característicos da infecção pelo novo coronavírus.

Dentre os mais frequentes estão: tosse, coriza e falta de ar, em alguns casos. Há relatos frequentes de perda do paladar e apetite.

Como não há medicamentos antivirais para nenhuma das duas doenças, o tratamento é focado nos sintomas.

Para isso, são usados analgésicos e antitérmicos. que atuam pala aliviar dores e a febre.

O sinal de alerta, seja para suspeita de qualquer uma das doenças, deve ser sempre a febre persistente por mais de 48 horas e a falta de ar, no caso da covid-19. Nestas situações, a pessoa precisa procurar atendimento médico.

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