A Polícia Federal (PF) cumpre 25 mandados de busca e apreensão referentes à 74ª fase da Operação Lava Jato, na manhã desta quinta-feira (10), em São Paulo e no Rio de Janeiro, e mira um esquema de fraudes em operações de câmbio comercial contratadas pela Petrobras com o Banco Paulista.
Segundo a PF, as transações de compra e venda de moeda estrangeira do banco totalizaram mais de 7 bilhões de reais no período entre 2008 e 2011. O prejuízo causado aos cofres públicos pode chegar a mais de 18 milhões de dólares, de acordo com a força-tarefa.
O esquema, ainda de acordo com a Polícia Federal, consistiria em sobretaxar as operações acima dos valores de mercado para inflacionar o lucro do banco, mediante possível pagamento de propina para operadores da empresa pública a ser dividida com empregados da instituição financeira, paga em troca do direcionamento dos negócios cambiais para o referido banco.
As ordens judiciais foram determinadas pelo juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Os crimes investigados na atual fase são corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e associação ou organização criminosa.
A Justiça determinou o bloqueio de ativos financeiros dos investigados em contas no Brasil e no exterior, até o limite de 97 milhões e 65 mil reais.
A PF disse que as investigações tem o objetivo de comprovar a prática de lavagem de dinheiro supostamente praticadas pelos investigados através de:
- Movimentação de valores no Brasil e no exterior, mediante o uso de off shores;
- Subfaturamento na aquisição de imóveis e negócios;
- Interposição de pessoas em movimentações de capitais;
- Utilização de contratos fictícios de prestação de serviços firmados entre o banco e empresas dos colaboradores envolvidos, assim como o grau do vínculo associativo mantido por todos.
Força-tarefa foi prorrogada até janeiro
Na quarta-feira (9), a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou que os trabalhos da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba, no Paraná, foram prorrogados até janeiro de 2021. O despacho é assinado pelo subprocurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros.
O prazo atual de funcionamento da força-tarefa terminaria nesta quinta (10), se não houvesse a prorrogação. Os procuradores responsáveis pelos inquéritos haviam pedido um prazo maior, de um ano (até setembro de 2021).
Créditos: G1