Após mais de 1h30 de discurso do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestando sua indignação com o voto proferido pelo ministro Kassio Nunes Marques, o magistrado recém-chegado à Corte tomou a fala e rebateu as acusações feitas por Mendes.
Em um discurso sucinto, Marques não comentou as insinuações de que seria um “juiz covarde” por ter votado contra a suspeição de Sergio Moro. Ao contrário, limitou-se a dizer que “não teme ninguém”, em claro recado a Gilmar.
– Se eu tivesse algo a ensinar de direito a vocês, iriam até me apelidar de professor de Deus. Meu contributo é o silêncio. Não vou fazer réplica ou tréplica. E o meu silêncio é de respeito aos votos divergentes, aos que pensam de forma diferente, e sem nenhuma intenção de desqualificar nenhum dos argumentos lançados por Vossas Excelências. Quem me conhece sabe que não me inibo com nada e que não temo ninguém nesse plano. Sou temente apenas a Deus – afirmou.
Nunes Marques encerrou sua resposta sinalizando sobre o tom de menosprezo com que Gilmar Mendes tratou seu estado de origem, o Piauí, ao dizer que “isto [o voto de Nunes Marques] não é garantismo nem aqui, nem no Piauí”.
– Quando vossa excelência diz que o garantismo não é nem aqui, nem no Piauí, pode ser interpretado como uma forma de menosprezar um estado pequeno. Queria fazer esse registro e apresentar escusa se eventualmente no meu voto ofendi a forma de pensar dos senhores, apenas retratei a minha forma de pensar – reafirmou Marques.
Pleno News
