O sistema eleitoral brasileiro produz o que há de pior na política

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É por causa dele que aventureiros, marginais, corruptos e ignorantes são eleitos frequentemente no país

(Por J.R. Guzzo, publicado no jornal Gazeta do Povo em 8 de novembro de 2021)

O sistema eleitoral do Brasil está desenhado, em seus mínimos detalhes, para produzir tudo o que pode existir de pior na atividade política, em qualquer época e em qualquer lugar do mundo. É por causa dele, com o voto obrigatório e a trapaça gigante chamada “eleição proporcional”, entre outros venenos, que se elegem os políticos que temos — em grande parte, como sabe até uma criança de 10 anos de idade, são nulidades absolutas, aventureiros, marginais em busca de proteção do Código Penal, corruptos, ignorantes, mentirosos, despachantes de interesses privados e mais um monte de coisas calamitosas.

Esse sistema, que passa por ser o modelo de “democracia” praticado no Brasil, criou o senador e o deputado “suplentes”, que compram seus lugares sem receber um único voto. Aumentou os senadores de dois para três por Estado, unicamente para inventar mais um emprego público milionário. Permite que os parlamentares tenham a seu dispor uma porção do Orçamento nacional, que gastam através das “emendas” aprovadas em seu próprio favor. Ganham salários e benefícios extravagantes; têm direto, inclusive, à aposentadoria, depois de caírem fora dos seus cargos por ter perdido eleições. Têm “imunidades” que os mantêm fora do alcance da lei penal.

Seria desgraça suficiente, mas não é. Em cima de tudo isso, o brasileiro ainda tem de pagar uma “Justiça Eleitoral” que jamais melhorou em absolutamente nada a qualidade das eleições, dos eleitos e da política nacional — basta ver os políticos que estão aí. Pior: essa confederação de burocratas não eleitos por ninguém dá cada vez mais ordens ao eleitor. Faça isso. Não faça aquilo. Isso não pode. Isso não vale. Isso dá cassação. Vote nesse. Não vote naquele.

Já seria desgraça mais do que suficiente para um país só, mas agora tem mais — e esse “mais” vai mostrar sua cara, e todo o seu peso, nas eleições de 2022. Trata-se das “redes sociais”, controladas por monopólios privados de capital estrangeiro, que terão poder de legislar como bem entenderem sobre as comunicações de campanha, sabotar candidatos que não aprovem e baixar sentenças, sem apelação, proibindo tudo o que os seus diretores, aqui ou no exterior, não gostem.

É realmente uma maravilha. Os políticos são esses que você conhece. As regras vão ser feitas, em comum acordo, pelo TSE e pelas “big techs”.

E, se ainda assim der algum problema, tudo bem — é só chamar o Supremo, que manda na “justiça eleitoral”, e correr para o abraço revista oeste

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