União Europeia faz pacote de 1,8 trilhão de euros para ajudar economia

Montante equivale a R$ 11,4 trilhões € 750 bi em subsídios e empréstimos Negociações duraram 4 dias

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França e Alemanha queriam € 500 bilhões em subsídios e empréstimos; valor final ficou em € 390 bilhões Reprodução/Twitter (Emmanuel Macron) – 21.jul.2020


21.jul.2020 (terça-feira) – 6h27
atualizado: 21.jul.2020 (terça-feira) – 7h51

Depois de uma das reuniões mais longas da União Europeia, os países do bloco chegaram a 1 acordo sobre o plano para a reconstrução da economia pós-pandemia. Os líderes dos 27 Estados-membros estavam reunidos desde a última 6ª feira (17.jul.2020) em Bruxelas e o acordo só foi possível na madrugada desta 3ª (21.jul). O valor total do pacote é de mais de € 1,8 trilhão –equivalente a R$ 11,4 trilhões, ou o PIB brasileiro em 2019 multiplicado por 1,6.

As Bolsas mundiais reagiram positivamente. Às 7h40, a Stoxx 600, índice europeu, registrava alta de 0,96%. Também operavam positivamente a DAX 30 (Alemanha, +1,7%), FTSE 100 (Inglaterra, +0,55%), FTSE MIB (Itália, +2,15%) e CAC 40 (França, +1,22%). Na Ásia, a japonesa Nikkei 225 fechou em alta de 0,73%; o composto de Xangai, na China, teve desempenho positivo em 0,2%.

Foram os € 750 bilhões destinados a subsídios e empréstimos que criaram o entrave nas negociações. Essa é a 1ª vez que a UE vai emitir títulos conjuntos de dívida para captar no mercado o valor do fundo. Os € 750 bilhões serão usados pelos países para mitigar os efeitos da pandemia causada pelo novo coronavírus e possibilitar a reestruturação das economias.

Os chamados “frugais” (Holanda, Dinamarca, Suécia e Áustria, com apoio da Finlândia) eram contra que mais da metade fosse “dada” a fundo perdido para países que, segundo eles, não possuem rigidez econômica. As críticas eram direcionadas aos países do sul da Europa, como Itália e Espanha, que foram mais afetados pela covid-19 e sofrem os efeitos da paralisação de suas

Do outro lado estavam França e Alemanha, que inicialmente queriam destinar € 500 bilhões para os subsídios. Com base nas discussões do fim de semana, o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, elaborou a proposta que foi aceita pelos líderes do bloco. Serão € 390 bilhões em fundo perdido e € 360 bilhões concedidos em empréstimos com juros mais baixos que os praticados no mercado internacional. Os países que solicitarem o empréstimo terão 30 anos a partir de 2028 para pagar o crédito.

Em entrevista depois da reunião, Michel destacou que foi “uma maratona que acabou em sucesso para os 27 Estados-membros, mas especialmente para as pessoas“. “É 1 bom acordo, é 1 acordo forte, é o acordo certo para a Europa neste momento“, completou.

Emmanuel Macron, presidente da França, e Angela Merkel, chanceler da Alemanha, falaram juntos em entrevista à imprensa. Macron agradeceu a colaboração da Alemanha e o empenho de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Charles Michel. “Desde o euro, não víamos tal avanço”, disse o presidente francês.

Não foi fácil, mas no final nos encontramos”, afirmou Merkel. A chanceler destacou que “o multilateralismo está sob grande pressão no momento” e que “a Europa mostrou nesta situação que é capaz de agir”.

Poder 360
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