As ditaduras mudam seus nomes, mas não mudam seus métodos

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Enquanto o povo cubano vai às ruas para protestar contra a forma com que a economia e a pandemia estão sendo gerenciadas, o governo de Cuba tem agido para restringir o acesso à internet em geral e às mídias sociais e plataformas de mensagens em especial.

De acordo com a ONG NetBlocks, organização que monitora o acesso à internet pelo mundo, Facebook, Instagram, WhatsApp e Telegram foram bloqueados no país, pelo menos parcialmente.

 

O acesso móvel à internet é relativamente novo em Cuba; foi apenas no final de 2018 que o governo socialista do país começou a implantar esses serviços em toda a ilha. Na época, o presidente Miguel Díaz-Canel, cuja renúncia vem sendo pedida pelos manifestantes, disse que um maior acesso à internet ajudaria os cubanos a “defender sua revolução”.

Agora, ao restringir esse acesso, Cuba segue o exemplo de outras ditaduras, como Mianmar e Irã, que usaram estratégias semelhantes quando enfrentaram protestos.

O presidente Miguel Díaz-Canel incentiva o uso da violência ao incitar seus apoiadores a ir às ruas e enfrentar os que protestam. Afirma que “não vamos abrir mão de nossa soberania, da independência do povo nem da liberdade desta nação — há muitos entre nós dispostos a pôr nossa vida em risco”.

Com argumentos tortuosos, Rogelio Polanco Fuentes, chefe do departamento ideológico do Partido Comunista, disse que os protestos eram parte de uma forma de “guerra não convencional” que os Estados Unidos estavam travando na busca pela mudança de regime. Segundo ele, as estratégias norte-americanas “envolvem táticas da chamada luta não violenta, que geram instabilidade e caos nos países, para provocar atos de repressão das forças de segurança”, concluindo que “estas, por sua vez, geram a percepção de violações dos direitos humanos”.

As ditaduras mudam seus nomes, mas não mudam seus métodos.

Revista Oeste

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