Balsas de garimpeiros ilegais são incendiadas pela Polícia Federal no Rio Madeira, no Amazonas

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Foto: Hermes de Paula / Agência O GLOBO

Após quatro dias de espera, a Polícia Federal iniciou, na manhã deste sábado, uma megaoperação para combater os garimpos ilegais no Rio Madeira, na altura da cidade de Autazes, a 120 quilômetros de Manaus, no Amazonas. A ação, que conta com o apoio da Força Nacional e da Marinha, vem sendo tratada em sigilo para evitar uma reação mais violenta dos garimpeiros, que já se dispersaram pelo rio em direção a Porto Velho.

Mesmo com a forte chuva na Amazônia, quatro colunas de fumaça preta podiam ser vistas sobre o rio, na tarde deste sábado. Trinta e uma balsas de garimpo foram incendiadas por agentes da Polícia Federal. Eles se locomoviam armados pela água em duas lanchas e lançavam combustível nas estruturas abandonadas pelos garimpeiros, que se esconderam na selva.

A reportagem flagrou a ação da PF e assistiu a um cenário de embarcações queimando e outras afundando em pleno rio amazônico. Ao mesmo tempo, nos grupos de WhatsApp dos garimpeiros pipocavam mensagens, às quais O Globo teve acesso, dizendo que a “PF chegou pra queimar tudo sem dó e piedade”.

A revolta entre eles era grande. Isso porque as embarcações funcionam como uma verdadeira casa para eles, com alojamentos, refeitórios, ar condicionado, internet de satélite e — o principal — a draga que funciona 24 horas por dia.

Em outro ponto do rio, um helicóptero da PF abaixava e dava ordens para que os garimpeiros retornassem em direção Porto Velho. Sem querer confusão com as autoridades, esses grupos acataram aos avisos.

No dia 23 de novembro, um comboio de mais de 300 balsas se instalou no leito do Rio Madeira em frente à comunidade de Rosarinho, em Altazes, que vive da pesca e da produção de mandioca e banana. Moradores relataram que acordaram assustados com o surgimento da noite para o dia de uma verdadeira cidade flutuante — cada balsa abriga cerca de 6 a 8 pessoas. Trezentos barcos representam mais de 2 mil pessoas que se acresceram à população local, de aproximamente 40 mil habitantes.

Atraídos por um áudio que viralizou no WhatsApp (“lá embaixo estão fazendo uma grama de ouro por hora. Mas é certo mesmo, não é mentira”) dos garimpeiros, eles subiram o Rio Madeira vindo de Humaitá e Porto Velho, em Rondônia. E o boato procedia. Barqueiros relataram à reportagem terem visto os garimpeiros tirando 40 gramas de ouro em um dia — o que equivale a mais de R$ 10.000 reais.

O Globo

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