Dia da Saudade: psicóloga do luto aponta melhores formas de revisitar as lembranças

Data é celebrada neste sábado (30). Pandemia deixou sentimento mais evidente por causa do distanciamento social e restrições em velórios e sepultamentos.

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G1-Do que você sente saudade? Pode ser de uma pessoa querida, uma fase da vida, do primeiro amor, das férias do colégio, de um animal de estimação. O Dia da Saudade, celebrado neste sábado (30), foi criado para enaltecer este sentimento, que, em tempos de pandemia, parece ser mais latente. Muitas pessoas precisaram se afastar das outras – mantendo distanciamento até os dias de hoje – e tiveram que modificar a rotina em que estavam inseridas. A saudade tem sido potencializada pela perda do controle que acreditávamos ter das nossas vidas. Vivemos com a saudade de entes queridos que partiram, de pessoas que amamos e não podemos abraçar, sentimos a forte saudade de visitar presencialmente amigos e familiares, além de ter que nos agenciarmos a um dia a dia com máscaras, sem apertos de mãos ou abraços”, conta a psicóloga do luto do cemitério e crematório Morada da Paz, Beatriz Mendes.

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Especialista conta que Dia da Saudade pode ser vivenciado de maneira positiva, apesar de não existir fórmula — Foto: Divulgação

O luto é uma experiência singular. Cada pessoa vai vivenciar ao seu modo. O contexto de pandemia trouxe questões que podem afetar essa experiência como as alterações e restrições dos rituais de despedida, além do próprio distanciamento social.

Ao contrário do que muitos pensam, o luto não está apenas relacionado à morte, mas é desencadeado por qualquer ruptura, como o fim de um relacionamento ou a perda de um emprego. “O processo de adaptação após a perda é muito individual, mas é bem comum e natural que as emoções, os pensamentos e as ações oscilem ao longo dessa jornada”, destaca a psicóloga.

Ainda segundo a especialista, o Dia da Saudade pode ser vivenciado de maneira positiva, apesar de não haver “receita” específica. “A saudade fala sobre vivências e construções específicas de cada indivíduo. Além disso, somos diferentes na maneira de agir e significar o mundo. Há momentos em que o enlutado vai ser tocado por alegrias vividas e outros em que a dor da ausência será mais intensa. Então, podemos imaginar que essa data evoque diferentes tipos de emoções. O importante é compreender que essas sensações são comuns”.

Beatriz Mendes lembra que é fundamental que o enlutado busque entender que não precisa passar por isso sozinho e que, se sentir necessidade, pode buscar uma forma de partilhar esse momento com pessoas que o acolham e ajudem a atravessar este dia. “Telefonar para alguém querido, revistar fotografias, mandar uma mensagem. As possibilidades são muitas e o ideal é que cada um construa a sua melhor forma de experimentar esse momento”, sugere.

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