ENTENDA A SÍNDROME NEUROLÓGICA QUE PODE TER CAUSADO A PARALISIA NAS PERNAS DO VOLUNTÁRIO DA VACINA CONTRA A COVID-19 NO PERU

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última sexta-feira (11/12), o Peru anunciou a suspensão temporária dos ensaios clínicos da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinopharm para covid-19, após um voluntário ter se queixado de dificuldades para mexer as pernas, devido a fraqueza, de acordo com órgãos de comunicação locais.

“Há alguns dias, comunicamos devidamente as autoridades reguladoras de que um dos nossos participantes [nos ensaios clínicos] apresentava sintomas neurológicos que poderiam corresponder a uma complicação conhecida como Guillain-Barré”, explicou o chefe da equipe de pesquisa principal dos ensaios clínicos da vacina, German Malaga, segundo a imprensa peruana.

O que é a Síndrome de Guillain-Barré

Na síndrome de Guillain-Barré, o sistema imunológico do corpo ataca parte do sistema nervoso periférico. A síndrome pode afetar os nervos que controlam os movimentos musculares, bem como aqueles que transmitem dores, sensações térmicas e táteis. Isso pode causar fraqueza muscular e perda de sensibilidade nas pernas ou braços.

É uma condição rara. Embora pessoas de todas as idades possam ser afetadas, é mais comum em adultos e homens.

Sintomas

Os sintomas geralmente duram algumas semanas e a maioria dos casos se recupera sem complicações neurológicas graves de longo prazo.

  • Os primeiros sintomas são fraqueza ou formigamento, que geralmente começa nas pernas e pode se espalhar para os braços e rosto.
  • Em alguns casos, pode causar paralisia das pernas, braços ou músculos faciais. Em 20% a 30% dos casos, os músculos torácicos são afetados, dificultando a respiração.
  • Em casos graves, a fala e a deglutição podem ser afetadas. Esses casos são considerados potencialmente fatais e devem ser tratados em unidades de terapia intensiva.
  • A maioria dos casos, mesmo os mais graves, recupera totalmente, embora alguns continuem fracos.
  • Mesmo nas configurações mais favoráveis, 3% a 5% dos pacientes com a síndrome morrem de complicações como paralisia dos músculos respiratórios, septicemia, trombose pulmonar ou parada cardíaca.

Causas

O início da síndrome é freqüentemente precedido por infecções bacterianas ou virais. Da mesma forma, pode ser desencadeado por vacinações ou intervenções cirúrgicas.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado nos sintomas e nos resultados do exame neurológico, em particular uma atenuação ou perda dos reflexos tendinosos profundos. Como exame complementar, a punção lombar pode ser realizada, embora sua realização não deva retardar o tratamento.

Outros exames para identificar o gatilho, como exames de sangue, não são necessários para o diagnóstico da síndrome e não devem atrasar o tratamento.

Tratamento e cuidados

Recomendações para o tratamento dos casos de síndrome de Guillain-Barré e seus cuidados:

  • A síndrome de Guillain-Barré pode ser fatal. Pacientes com a síndrome devem ser hospitalizados para acompanhamento.
  • As medidas de suporte incluem monitoramento da respiração, atividade cardíaca e pressão arterial. Pacientes com falta de ar geralmente requerem ventilação assistida e devem ser monitorados quanto a complicações como arritmias, infecções, trombose e hipertensão ou hipotensão.
  • Não há cura para a síndrome de Guillain-Barré, mas o tratamento pode melhorar os sintomas e encurtar sua duração.
  • Dada a natureza autoimune da doença, na fase aguda costuma ser tratada com imunoterapia, como imunoglobulinas intravenosas ou plasmaférese para eliminação de autoanticorpos. Geralmente, os maiores benefícios são obtidos quando a imunoterapia é iniciada 7 a 14 dias após o início dos sintomas.
  • Em caso de fraqueza muscular persistente após a fase aguda da doença, os pacientes podem precisar de reabilitação para fortalecer os músculos e restaurar o movimento.

Fonte: OMS – Organização Mundial de Saúde

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