Médico é preso por suspeita de manter paciente em cárcere privado

0

O cirurgião plástico Bolivar Guerrero Silvafoi preso nesta segunda-feira, 18, por suspeita de manter uma paciente de 36 anos presa em cárcere privado. O crime teria ocorrido num hospital particular na Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.

Policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) cumpriram um mandado de prisão temporária contra Bolivar Guerreiro. Ele foi autuado no centro cirúrgico do Hospital Santa Branca, unidade de saúde particular em Duque de Caxias, município do Rio de Janeiro.

Na ocasião, o médico foi acusado de manter a paciente presa no hospital há mais de dois meses. De acordo com a delegada do caso, Fernanda Fernandes, titular da Deam, a barriga da paciente necrosou depois de ter sido submetida a uma abdominoplastia em março. A cirurgia plástica tinha como objetivo retirar o excesso de gordura e pele do abdômen.

Investigações da Polícia Civil de Duque de Caxias alegam que o cárcere veio a partir de uma sequência de erros nos procedimentos clínicos do médico. “A situação dela é tão grave que ela está apodrecendo viva, literalmente”, afirmou a delegada. “Ela estava lá contra a vontade.”

Nascido no Equador, Bolivar Guerrero responde a pelo menos 19 processos criminais. Ele também já foi preso em 2010, por integrar uma quadrilha que produzia e distribuía medicamentos e produtos estéticos ilegais sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A distribuição de um medicamento desse tipo expõe a vida de muitas pessoas, que ficam expostas a muitos tipos de contaminação”, afirmou o delegado Fábio Cardoso, na época em que transitava a operação para prender Bolivar Guerrero e mais oito médicos.

Entenda o caso

O caso chegou à Polícia Civil de Duque de Caxias por meio da família da paciente. De acordo com o relato de um parente, a mulher havia sido submetida a uma abdominoplastia em março. Em junho, elapassou mal e precisou retornar ao hospital.

A equipe que trabalha com o cirurgião plástico Bolivar Guerrero alegou, por meio de nota publicada nas redes sociais, que o médico não estava mantendo paciente nenhuma em cárcere privado. De acordo com os assessores, a mulher queria ser liberada sem ter terminado o tratamento, mas que ele, como médico, seria imprudente em liberá-la.

“Ele disse que poderia liberá-la se ela assinasse a alta à revelia (documento no qual a paciente se responsabiliza por qualquer coisa que aconteça após sua liberação) e ela não quis assinar”, afirmou a equipe. “O médico disse que liberaria somente se ela assinasse. Como ela não assinou, ele não liberava”, finaliza a publicação.

O Hospital Santa Branca, unidade em que o médico é suspeito de manter a paciente presa, também se manifestou, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa. A clínica nega as acusações de cárcere privado e afirma repudiar “quaisquer práticas criminosas que nos foram indevidamente atribuídas.”

nota-esclarecimento Médico é preso por suspeita de manter paciente em cárcere privado
Nota de esclarecimento Hospital Santa Branca | Foto: Reprodução/ Redes sociais

“Tal acusação é absurda”, comunicou o hospital. “Além disso, o Dr. Bolivar Guerrero não pertence ao quadro societário desta empresa, como descrito pela imprensa”. O médico segue preso temporariamente e deve responder por cárcere privado e associação criminosa. Revista oeste

Artigo anteriorOpositores criam ofensiva para boicotar convenção de Bolsonaro
Próximo artigoTanzânia investiga doença misteriosa que matou três pessoas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui