O que pode acontecer na Europa se vazar radiação de Chernobyl?

Mais de 30 anos após explosão na usina nuclear, mundo vive temor com possibilidade de nova tragédia em Chernobyl diante da ofensiva russa em território ucraniano

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A explosão do reator 4 da Usina de Chernobyl à 1h23 do dia 26 de abril de 1986 na cidade de Pripyat, na então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), onde hoje se localiza a Ucrânia, causou uma destruição que, mais de 30 anos depois, ainda deixa rastros e causa temor.

Sob novo alerta nesta quarta-feira (9), quando o  ministro das Relações Exteriores da Ucrânia Dmytro Kuleba estipulou 48 horas de energia para o desligamento do equipamento que resfria os reatores – com possibilidade de vazamento da radiação -, a tensão pairou novamente sobre o mundo e, em especial, à Europa.

Sem energia para o resfriamento, a radiação poderia então vazar para o ambiente circundante. Mesmo três décadas depois, o resfriamento é essencial para conter um eventual vazamento do que ainda resta da antiga usina, que foi ocupada por forças russas, mas é mantida com equipes ucranianas, que trabalham sobre forte estresse.

Em novembro de 2016, uma nova estrutura metálica de confinamento do reator 4 foi construída pelo governo ucraniano. O novo sarcófago, que custou mais de dois bilhões de euros, foi construído para suportar terremotos de baixa intensidade e projetado para funcionar até o final do século XXI. Ele possui cerca de 7.300 toneladas de metal e 1000 metros cúbicos de cimento.

A radiação afetou cerca de 7% do território da Ucrânia, 1,5% da área russa e 23% da Bielorrússia – que perdeu cerca de 264 mil hectares de terras cultiváveis por conta da radiação.

Segundo relatório de 2005 do Fórum de Chernobyl das Nações Unidas (ONU), o acidente em Chernobyl contaminou grandes áreas do ambiente terrestre com um ‘grande impacto tanto sobre os ecossistemas agrícolas e naturais” na Bielorrússia, Rússia e Ucrânia, bem como em muitos outros países europeus.

Caso haja novo vazamento, a radiação deve ser espalhada principalmente pelo meio ambiente e não deve afetar grandes regiões – caso seja realmente um vazamento e não uma explosão.

A região de Chernobyl deve continuar desabitada por humanos pelos próximos 20 mil anos, quando estará totalmente descontaminada.

No entanto, uma nova tragédia ainda traz o pavor do acidente ocorrido em 1986 por falha humana, que em 2005 ainda causava câncer, especialmente de tireoide, em cerca de 6 mil crianças e adolescentes dos países mais afetados, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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