Partido Comunista Chinês proíbe dirigentes de terem propriedades no exterior

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Medida visa reduzir riscos de sanções ocidentais e tende a aumentar influência de Xi Jinping entre a liderança                                            O Partido Comunista Chinês decidiu que vai bloquear a promoção de dirigentes que tenham propriedades no exterior. A medida faz parte da estratégia do governo do presidente Xi Jinping de reduzir os riscos de sanções ocidentais similares às que a Rússia vem enfrentando.

Segundo análise do The Wall Street Journal, a decisão vai ter impacto na troca de liderança que o partido faz duas vezes por década, com maior influência de Xi Jinping sobre os escolhidos.

A restrição a respeito de propriedades no exterior foi publicada recentemente em um documento interno do Partido Comunista Chinês, diz o jornal norte-americano. A diretiva emitida em março proíbe que funcionários de primeiro nível possuam imóveis no exterior, mesmo que indiretamente, por meio de cônjuges e filhos. A norma também desencoraja a abertura de contas financeiras fora do país.

O artigo do Wall Street Journal ainda diz que alguns altos funcionários do Partido Comunista Chinês já vêm se adequando às orientações, com familiares vendendo ações estrangeiras.

“Os quadros dirigentes, especialmente os quadros superiores, devem prestar atenção à disciplina e à ética familiar”, disse Xi Jinping em evento do partido em janeiro, em pronunciamento recuperado pelo jornal norte-americano. “Os funcionários devem liderar pelo exemplo na gestão adequada de seus cônjuges e filhos, sendo uma pessoa obediente e fazendo as coisas de maneira limpa.”

As crescentes tensões da China com o Ocidente nas esferas política e econômica vem alimentando preocupações sobre a exposição financeira no exterior. Os chineses tomam como exemplo a maneira como Estados Unidos e União Europeia desencadearam sanções de longo alcance contra a Rússia depois da invasão da Ucrânia, mirando em todo o círculo de influência do presidente russo Vladimir Putin.

Ano decisivo para Xi Jinping

A apuração do Wall Street Journal indica que as autoridades do PCC precisam assinar promessas declarando o cumprimento das novas regras, um requisito que daria a Xi Jinping mais influência sobre a elite do partido. Tudo isso nas proximidades do 20º Congresso da organização, que deve ocorrer no final deste ano.

Espera-se que Xi Jinping assegure durante o congresso o terceiro mandato de cinco anos como secretário-geral do partido. Em paralelo, o presidente deve se esforçar para compor o primeiro escalão de liderança com seus aliados mais confiáveis, reforçando seu status de líder mais poderoso da China em décadas. Revista oeste

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