Passaporte sanitário pode garantir turismo pós-pandemia

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Foto: Pixabay

Com a chegada das vacinas e o relaxamento das restrições em alguns países do mundo, milhões de pessoas no mundo anseiam pela chance de poder viajar novamente.

Durante 2020, a pandemia de covid-19 a grande maioria dos países fechou fronteiras e limitou ao máximo a entrada de turistas. Neste ano, com a descoberta de variantes do coronavírus, o período de restrições foi ampliado e novas medidas foram tomadas para controlar o número de casos da doença.

Para tentar voltar à normalidade aos poucos, alguns países adotaram formas de controle para comprovar quem alguém está saúdavel para viajar e que pessoas contaminadas não cruzem a fronteira.

Na União Europeia, a criação de um passaporte sanitário permite que cidadãos europeus que já foram imunizados viagem pelo bloco livremente. O governo da China monitora o deslocamento de pessoas com uma espécie de passaporte regional. Em Israel, quem estiver vacinado pode voltar a frequentar cinemas, teatros e outros locais com pequenas aglomerações.

Os passaportes sanitários para covid-19 vão “conter informações sobre dados de saúde do viajante”, explica o professor de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Fernando Aith. Com essas informações em mãos, o viajante consegue garantir para as autoridades do país de destino que ele está imune e seguro para viajar.

O foco do documento vai ser informar se a pessoa foi vacinada e com qual imunizante, mas pode reunir também todo o histórico de saúde. “Pode falar se você já teve ou não covid-19, se fez testes e quando foram feitos, quais os resultados, o tipo [PCR ou de anticorpos] e em qual instituição, se você já tomou a vacina”, lista o especialista.

Antes da pandemia

A ideia não é nova e foi adotada para outra doença muito antes da pandemia, a febre amarela. Viajantes de algumas partes do mundo precisam se vacinar antes de chegar ao local de destino, ou quando fazem escala em algum país que exige a vacina, e precisam apresentar um comprovante internacional de vacinação para as autoridades sanitárias locais.

No caso da febre amarela, países da América Central e a Austrália exigem que turistas que vêm de regiões que possuem o mosquito vetor da doença sejam vacinados, explica a professora de Saúde Pública da Universidade de Campinas, Raquel Stucchi.

Outros países ainda não anunciaram a adoção da medida, mas especialistas acreditam que é uma tendência. “A própria Organização Mundial da Saúde comentou que via com bons olhos a ideia do passaporte sanitário”, afirma o professor da USP.

Quem poderá viajar?

Ainda não se sabe se apenas quem tomou as duas vacinas poderá usar o passaporte sanitário ou se uma dose basta. Por enquanto, a apresentação de testes negativos para a doença segue valendo como documento para a entrada do turista na maioria dos países.

Os países também têm autonomia para definir quais vacinas serão aceitas no passaporte sanitário para a entrada de um viajante. “Eles podem exigir vacinas que já tem publicações ou que foram autorizadas por agências regulatórias reconhecidas”, explica Stucchi.

Nesse caso, as vacinas de Oxford, Pfizer, Janssen e Moderna já foram aprovadas pela Agência Europeia de Medicamentos e pela OMS. A CoronaVac, usada no Brasil, ainda não foi aprovada na Europa e nem tem publicações sobre as fases de testes divulgadas.

Sem vacina, sem viagem

Segundo os especialistas, quem escolheu voluntariamente não tomar a vacina, não terá permissão para viajar. “Não toma, não viaja. Essa pessoa tem o direito de não tomar a vacina e o país tem o direito de não aceitar que ele entre”, resume Stucchi.

Nos últimos anos, o movimento antivacinas ganhou popularidade no mundo e milhares de pessoas optam por não vacinar os filhos contra diversas doenças. Com a covid-19, a insegurança e desconfiança com as vacinas fez com que outras pessoas também escolhessem não querer se vacinar.

“Essas pessoas terão que se conformar a viver a vida de forma limitada”, reflete Aith. “Ou se conforma que, para ela ter certas liberdades, ela precisa de vacina. Essa liberdade terá um custo maior.”

Para garantir a imunização em massa contra a covid-19, é necessário um pacto social em que o maior número de pessoas possível se vacine. Com o passaporte sanitário e as restrições de viagens, é possível que mais pessoas decidam se vacinar para poder retomar a vida de antes e realizar o sonho de viajar para algum país depois de um ano em que o turismo ficou congelado.

R7

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