Pastor evangélico é acusado de abuso sexual por mulheres

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Ele me disse ‘vou fazer uma oração e você vai tocar em todos os lugares que seu ex-namorado te tocou’, exigindo que eu colocasse os dois dedos dentro da minha vagina, a outra mão na minha língua e perguntou se eu estava gostando”. Quem conta é uma jovem de 24 anos, que acusa o pastor evangélico Jeremias Barroso, da congregação Igreja Getsêmani, de abuso sexual. Por meio de seu advogado, o pastor, que é uma das principais lideranças religiosas do Amapá, nega as acusações e se diz vítima de calúnias.

O relato da jovem faz parte de um inquérito instaurado na Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM), do Macapá. O caso, que conta com denúncias de mais 12 mulheres, foi investigado em sigilo ao longo do segundo semestre de 2020 e remetido ao Ministério Público do estado no início deste ano. Segundo apuração de Universa, o MP deve denunciar o pastor à Justiça nos próximos dias sob acusação de abuso sexual mediante fraude com base no relato de duas vítimas. Outras denúncias ainda estão em investigação sob sigilo.

O religioso é fundador da congregação Igreja Getsêmani, em Macapá, e ficou conhecido por coordenar a “Marcha para Jesus”, evento evangélico que leva às ruas mais de 100 mil pessoas todos os anos no estado.

As investigações começaram em julho de 2020, depois que uma das vítimas contou para outras mulheres da igreja o que estava vivendo e descobriu que as amigas também sofreram situações semelhantes. Todas são atendidas pelo mesmo escritório de advocacia.

Entre os relatos, uma das fiéis conta que recebeu do pastor um vídeo em que ele se masturba. Outra conta que ele mandava mensagens pelo Facebook perguntando a cor da calcinha que ela usava ou ligava na madrugada dizendo que estava “morrendo de vontade” dela. “Quero que a justiça dos homens seja feita porque a de Deus eu sei que não falha. Quero que pague por tudo, inclusive pelos danos psicológicos que deixou em mim e em todas as outras”, diz.

Em mais um relato, uma fiel de 20 anos conta que o pastor pedia abraços e passava a mão em seu corpo depois de pedir que ela fosse a seu escritório. Nesse caso, ele sugeriu que entrassem em um motel depois que ela aceitou uma carona até sua casa.

Outro lado: pastor nega acusações

Procurado pela reportagem, o pastor Jeremias Barroso se manifestou por meio de seu advogado, Maurício Pereira. Ele negou os crimes e afirma ser vítima de calúnia.

A defesa também buscou desqualificar uma das mulheres que embasam a denúncia, afirmando que ela tem “problemas psicológicos”. Além disso, acusou o advogado das vítimas de agir de modo antiético.

“[O pastor] jamais manteve qualquer relacionamento com as denunciantes. Provará que a primeira denunciante é pessoa que passa por problemas psicológicos e psiquiátricos, já tentou suicídio e certamente está sendo usada por pessoas com propósitos escusos. Infelizmente, houve um apelo midiático, nas redes sociais, onde um profissional de direito se ofereceu para ajuizar ações com promessa de êxito e vantagens às jovens e mulheres que tenham sido molestadas pelo pastor Jeremias. Esta conduta antiética e antijurídica serviu de mote para denúncias infundadas”, justificou o advogado.

Com informações de UOL

 

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