O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), declarou oficialmente que vai apoiar a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro no pleito de outubro.
As declarações do parlamentar foram dadas em uma entrevista concedida ao jornal Valor Econômico. Lira é uma das principais lideranças do Centrão e contou com o apoio de Bolsonaro na disputa pelo comando da Câmara.
“Acho que é coerente. Meu partido dá apoio, o presidente nacional da minha legenda é ministro da Casa Civil”, afirmou Lira, referindo-se a Ciro Nogueira (PP-PI). “Na democracia, você tem que ter posicionamentos. Não pode ser frágil das situações momentâneas. Onde o governo está errando, a nossa obrigação é fazer com que acerte”, completou o deputado.
Na avaliação do presidente da Câmara, será difícil para Bolsonaro reverter a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Nordeste do país, mas ele pode diminuir sua rejeição na região e conquistar votos importantes.
“Ele, acertando, a população toda se atende com isso. Esse jogo ainda esquenta. Dificilmente o presidente Bolsonaro ganhará no Nordeste, mas pode diminuir a diferença”, disse. “Nunca tive posições de covardia, nunca fui de me esconder atrás de cortina para não ter posição clara.”
Lira critica Lula
Arthur Lira também criticou a proposta defendida por Lula e por outras lideranças do PT de revogar o teto de gastos, aprovado ainda durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
“São coisas de cada candidato, de cada plataforma política. Só queria lembrar que, no meio dos presidentes que estão e que serão eleitos, tem o Congresso Nacional. E já deixei bem claro: permanecendo um Congresso de centro-direita, nossa vontade é não retroagir nos avanços que a gente já teve”, afirmou. “O problema do Brasil é terminar as reformas paradas.”
Segundo Lira, Lula deve enfrentar dificuldades no Congresso caso insista em combater o teto ou mesmo em revogar a reforma trabalhista, também aprovada por Temer, em 2017.
“Minha defesa sempre foi desvincular e desindexar o Orçamento e aí você libera o teto, mas com as finanças e com os gastos sobre controle, nada antes disso”, disse. “Penso que chegar do dia para a noite e dizer ‘vou acabar com o teto’ vai gerar uma resistência muito forte”, finalizou. Revista oeste