O Ministério da Defesa informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira, dia 19, que só vai entregar um relatório com informações sobre seu trabalho de fiscalização do processo eleitoral após a realização do segundo turno, no dia 30 de outubro. As Forças Armadas alegaram que divulgar um documento parcial sobre a fiscalização das eleições, referente ao primeiro turno, pode resultar em inconsistência com as conclusões finais.”A emissão de um relatório parcial, baseado em fragmentos de informação, pode resultar-se inconsistente com as conclusões finais do trabalho, razão pela qual não foi emitido”, afirmaram os militares.
Segundo ofício enviado ao TSE pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, as Forças Armadas vão elaborar um relatório conclusivo em até 30 dias após o término do processo eleitoral. Esse parecer sobre o sistema eletrônico de votação vai incluir documentos, até agora mantidos em sigilo.
Nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro(PL) foi questionado sobre o conteúdo da fiscalização dos militares e esquivou-se de responder. Eles disse que jornalistas estavam colocando palavras em sua boca. “As Forças Armadas não fazem auditoria. Lançaram equivocadamente. A comissão de transparência eleitoral não tem essa atribuição. Então furada, fake news”, respondeu o presidente, no Palácio da Alvorada.
No entanto, o presidente chegou a afirmar que “algo de anormal” teria ocorrido no TSE caso não fosse reeleito com 60% dos votos, logo no primeiro turno. Em verdade, Lula liderou a votação, com Bolsonaro em segundo lugar. Ele não contestou a realização do segundo turno. Mas, indagado horas depois de o resultado ser anunciado, disse que pretendia se pronunciar sobre eventuais fraudes no primeiro turno apenas mediante “parecer do ministro da Defesa”, a quem delegou o assunto.
Na resposta à Justiça Eleitoral, as Forças Armadas afirmam que as atividades “permanecem em curso”. A Defesa negou ter antecipado qualquer relatório de informações sobre essas ações ao presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. “Devido à atual inexistência de relatório, não procede a informação de que ocorreu entrega do suposto documento a qualquer candidato”, afirmou a Defesa. Terra