ICMS: Governo Federal solicita informações de Estados sobre tributação de combustíveis

0

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Com o objetivo de esclarecer a incidência de tributos nos preços de combustíveis subsidiar discussões sobre mudanças na metodologia de cálculo ou de redução do ICMS, a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou um ofício ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Comfaz).

O documento solicita informações sobre a relação de autoridades fazendárias estaduais e os órgãos de defesa do consumidor, com a proposta de garantir transparência ao público.

O presidente já havia dito que o Ministério da Justiça acionaria os Estados por causa do ICMS, que é uma das principais fontes de arrecadação dos governadores e boa parte vem da incidência sobre os combustíveis.

Bolsonaro afirmou que os Estados estão lucrando, afinal, quanto maior o custo do combustível, maior é o valor do imposto arrecadado. Em entrevista a uma rádio do Rio de Janeiro neste sábado, 12, o presidente explicou o papel dos Estados para ajudar na queda dos preços.

“Você diminui o preço do etanol nas usinas e não cai na bomba. Por que isso? É a maneira do cálculo do ICMS, porque ele é cobrado, em percentual, em cima do peso final da bomba. E quando você coloca o percentual em cima disso, ele incide sobre imposto federal, sobre a margem do lucro do dono do posto e sobre o frete que o tanqueiro que levou o combustível. Não é justo porque existe uma bitributação”, disse o presidente.

Bolsonaro também afirmou que trabalha com a Petrobras para tentar reduzir o valor dos combustíveis. “Só o ano passado, pagamos R$ 100 bilhões desse endividamento. Esse ano é a mesma coisa. Isso reflete no preço de forma direta ou indireta. Quando você não investe, por exemplo, você acaba gastando mais para produzir o petróleo, o que é muito importante. Quando você não conclui duas refinarias no nordeste e uma sudeste, você passa a ser dependente de óleo diesel e gasolina produzida no exterior”, explicou o chefe do Executivo.

O governo federal ainda negocia uma PEC na Câmara do deputado Christino Áureo (PP-RJ) que permite que, neste ano e no próximo, a União, os Estados e municípios zerem ou diminuam impostos sobre combustíveis e gás sem fonte de compensação, ou seja, sem aumentar outros impostos ou reduzir algum outro custo para compensar a perda de arrecadação.

Outra PEC está em análise no Senado. O projeto foi apelidado de PEC Kamikaze pela econômica de Paulo Guedes por que teria um custo fiscal muito alto, de cerca de R$ 100 bilhões para a União.

A PEC do senador Carlos Fávaro (PSD-MT) também autoriza reduzir ou zerar impostos sobre diesel, biodiesel, gás e energia elétrica até 2023, sem medida de compensação tributária;

Cria um auxílio diesel para caminhoneiros com recursos que serão pagos fora do teto de gastos; aumenta de 50% para 100% o subsídio para as famílias de baixa renda na compra do gás de cozinha;

E repassa R$ 5 bilhões para os municípios, com o objetivo de mitigar a alta da tarifa do transporte público.

Além disso, dois projetos de lei sobre o assunto estão no Congresso. O que determina que o ICMS deixe de ser cobrado como uma porcentagem sobre o preço final do combustível, passando a ter um valor anual fixo em reais por litro sem ultrapassar o valor médio do combustível dos últimos dois anos.

Outro que estuda a criação de um fundo de estabilização do preço do petróleo composto por verbas federais, como royalties do petróleo e dividendos da Petrobras, com base no aumento do preço do petróleo no mercado internacional e na alta do dólar. A proposta tem o apoio dos governadores, que defendem também que mudanças do ICMS só sejam feitas a partir de uma ampla reforma tributária.

Jovem Pan

Artigo anteriorRapper Snoop Dogg é denunciado por violência sexual nos EUA
Próximo artigoAdvogado morre após levar soco em discussão por jogo do Palmeiras

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui