Médico estuprador vai fazer avaliação psicológica

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Giovanni Quintella, médico anestesista acusado de estuprar uma mulher grávida durante uma cesariana, vai passar por uma avaliação psicológica, no Estado do Rio de Janeiro (RJ). A determinação é da Justiça do RJ. O estuprador vai ser atendido pela equipe do Juizado Especial de Violência contra a Mulher da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti. Os especialistas vão emitir um laudo sobre o estuprador.

O criminoso está preso desde a segunda-feira 11. A Polícia Civil deve concluir o inquérito do caso nesta terça-feira, 19. Na sexta-feira 15, o Conselho Regional de Medicina (CRM) do Estado deu 15 dias para que o criminoso preste esclarecimentos sobre os abusos. Depois desse período, que termina em 30 de julho, a entidade pode abrir um processo ético profissional contra o estuprador. Se ele for condenado, poderá ter o CRM cassado.

O criminoso é réu por estupro de vulnerável, por ter abusado de uma paciente no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.O criminoso é réu por estupro de vulnerável, por ter abusado de uma paciente no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

‘Hospital naturalizou violação dos direitos contra mulher’

A Defensoria Pública do RJ informou, na segunda-feira 18, que encontrou falhas nos protocolos que foram adotados no hospital em que a paciente foi estuprada. De acordo com a defensora Thaísa Guerreiro, os profissionais naturalizaram a violação do direito a um acompanhante durante o parto das mulheres, algo que é previsto em legislação federal.

Segundo a investigação policial, o criminoso pedia que os maridos das vítimas esperassem o procedimento terminar do lado de fora da sala. Além disso, o estuprador também aplicava altas doses de anestesia nas pacientes, sem necessidade. A aplicação servia para que ele pudesse estuprá-las.

A defensora afirmou que conversou sobre a retirada dos maridos com a direção da instituição, com o chefe do setor de anestesia e com a coordenação da Secretaria Estadual de Saúde. “Eles não conseguem compreender a gravidade do fato de o médico ter pedido para o pai sair da sala, e ninguém ter estranhado ou questionado essa atitude”, disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “A reação foi de que não se questiona um ato de outro médico.”

“A cesareana é comandada pelo obstetra. É, sim, seu dever zelar para que a mulher seja sedada de forma adequada, para o seu direito ser observado. Se eles não reconhecem sequer que um direito foi violado, como podem conduzir um hospital de referência para o atendimento à mulher em situação de vulnerabilidade?”, questionou.

Thaísa também encontrou problemas no preenchimento do livro em que são registradas informações sobre as cirurgias e no armazenamento da documentação das pacientes. A defensora disse que o último parto registrado no livro foi em abril deste ano e que as informações posteriores são anotadas apenas em fichas soltas de papel.

“As folhas podem sumir. O livro cirúrgico tem de registrar tudo que acontece dentro das salas de cirurgia”, observou. “O registro é a segurança de cada paciente do que aconteceu com ela. Quando não há controle rígido, gera uma sensação de maior liberdade para praticar atos que fujam dos protocolos.”

Para ela, a fragilidade dos registros pode prejudicar o inquérito, uma vez que a polícia solicitou ao hospital o encaminhamento de todas as pacientes que foram atendidas pelo criminoso. A defensora fez um relatório com as irregularidades e encaminhou à Secretaria de Saúde e à Fundação Saúde, responsável pela gestão do hospital. Revista oeste

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