O Rio Grande do Norte tem um produto interno bruto (PIB) pouco relevante se comparado a outros estados do País, até porque representa cerca de 1% do PIB nacional. Quando se fala de apreensão de cocaína, no entanto, o Estado é destaque, tendo em vista que foi responsável por quase 10% das 72 toneladas de cocaína que foram apreendidas pela Polícia Federal em todo Brasil em 2022.
Os números da apreensão da Polícia Federal foram divulgadas no início da semana. Em entrevista à Agência Brasil, o delegado federal Fabrício Martins, da Coordenação-Geral de Repressão a Drogas, Armas, Crimes contra o Patrimônio e Facções Criminosas da PF, disse acreditar que, este ano, será alcançado um recorde nas apreensões da substância. O atual recorde é de 104 toneladas.
Aqui o RN, a PF incinerou hoje 6,8 toneladas de cocaína, além de 434 quilos de maconha, 567 comprimidos de ecstasy e 49 frascos de anabolizantes. Boa parte dessa cocaína, cerca de 5,5 toneladas, foram apreendidas em julho, na cidade de Areia Branca. Em setembro, inclusive, a quadrilha responsável por essa droga foi denunciada pelo Ministério Público Federal, com mais de 50 pessoas envolvidas.
DENÚNCIA
A organização criminosa liderada por João Paulo Ribeiro, conhecido como “Bokinha” ou “BK”, era formada em sua maioria por paulistas, mas ultimamente estava concentrada no Rio Grande do Norte, com ramificações nos portos de Santos/SP, Salvador/BA, Fortaleza/CE e Belém/PA. Eles aproveitavam contêineres com diversos tipos de produtos e os “contaminavam” (termo pelo qual é conhecido o ato de incluir as drogas em meio a cargas lícitas).
Além de entrar nos portos já com os contêineres “contaminados”, em pelo menos uma das vezes o grupo tentou levar a droga diretamente para um navio, a partir de uma lancha, modalidade conhecida como “içamento”. 96Fm
