Soldado lotado em UPP fazia segurança da maior carga de cocaína já apreendida no RJ

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Foto: Divulgação/PF

O soldado Antônio Carlos Viana Gonçalves, lotado na UPP Macacos, foi preso pela Polícia Federal fazendo a segurança da maior carga de cocaína pura já apreendida no Estado do Rio. Ao todo, foram apreendidos 2,5 toneladas num galpão em Duque de Caxias, Região Metropolitana. O PM, de 26 anos — cinco deles na corporação —, estava do lado de fora do estabelecimento, no dia de sua folga, quando foi surpreendido pelos agentes.

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Foto: reprodução

Apesar de ter uma arma registrada em seu nome, um revólver calibre 38, e de ter requerido há menos de um mês autorização da PM para acautelar uma pistola da corporação, ele não portava nenhuma dessas armas no momento em que foi abordado. Segundo a Delegacia de Repressão às Drogas (DRE-RJ), responsável pela apreensão, Viana estava com duas armas sem registro, uma pistola e um revólver, além de um rádio comunicador, quando foi preso. Em sua ficha disciplinar na PM, seu comportamento é descrito como “ótimo”. Ele só possui uma anotação, por um atraso quando estava escalado para apoiar um cerco à favela da Rocinha, em setembro do ano passado.

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O valor estimado do total da carga é de cerca de R$ 65 milhões no Brasil. Por conta da pureza e da quantidade, os investigadores acreditam que a droga sairia do Brasil por rota marítima. O destino mais provável é a Europa, onde o valor de mercado do produto é quatro vezes maior. A investigação segue em andamento com objetivo de chegar aos fornecedores da droga, que chegou ao Rio nos dias anteriores à apreensão.

Além do PM, também foi preso em flagrante um homem de 41 anos dentro do galpão. Segundo os agentes, era ele que chefiava o soldado na guarda da carga. Os presos responderão por tráfico de drogas, com pena pode chegar a 15 anos de prisão.

De acordo com o superintendente da PF do Rio, delegado Tácio Muzzi, além da maior apreensão de cocaina pura da historia do Rio, essa é a quinta maior da história do país.

— Estamos focando na descapitalização do tráfico de drogas. Somente esse ano, a PF já apreendeu 1,1 bilhão em bens de narcotraficantes, como imóveis, carros, aeronaves e propriedades. Essa ação faz parte dessa ofensiva — afirma Muzzi.

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A apreensão acontece um dia depois da prisão do paraguaio Pedro César Prieto Galeano, de 39 anos, apontado como fornecedor de armas da maior facção do tráfico de drogas do Rio. O criminoso foi capturado em Cidade do Leste, no país vizinho, e separada de Foz do Iguaçu, no Paraná, pela Ponte da Amizade. De acordo com a PF, a prisão aconteceu em frente à prefeitura do município, onde o criminoso trabalhava como funcionário público.

A prisão de Prieto é fruto de uma investigação que começou há mais de um ano com a prisão de um motorista de aplicativo, natural de Foz do Iguaçu, que transportava um fuzil desmontado, carregadores e uma mira óptica do Paraguai para Macaé, no Norte Fluminense. Na ocasião, em julho de 2019, o homem estava com sua mulher e dois filhos e foi interceptado quando na Rodovia Presidente Dutra, em Piraí, no Sul Fluminense. A polícia descobriu que a arma seria levada para a favela Nova Holanda, que era disputada por duas facções à época.

A investigação chegou à conclusão que Prieto é um dos principais traficantes de armas para o Rio e comandava uma rede de “mulas”, que recebem dinheiro para transportar fuzis pela fronteira. O armamento saía do Paraguai e chegava ao Rio em veículos adaptados com esconderijos para despistar a polícia. A prisão do homem e de mais dois comparsas foi decretada pela 2ª Vara Federal de São Pedro da Aldeia. A operação teve outro braço em Macaé, onde a PF cumpriu mandatos de busca e apreensão nesta terça-feira.

O Globo

 

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